Som. O Que É?

2. Som. O Que É?


O grande (e pesado) Aurélio, define som como "fenômeno acústico que consiste na propagação de ondas sonoras produzidas por um corpo que vibra em meio material elástico. Sensação auditiva criada por esse fenômeno”. Claro!?

Vamos tentar os livros de Física e Acústica. Eles definem som mais ou menos assim: forma de energia mecânica que se propaga como onda longitudinal num meio material e que tem a propriedade de sensibilizar nossos ouvidos.

Não precisa resmungar, o que eles querem dizer é que o som é:

Portanto, o som se origina de uma vibração que se propaga pelo ar (ou outro meio) até chegar a nossos ouvidos.


2.1. As Características do Som


O som possui quatro características:


2.2. Frequência


Frequência significa o quanto alguma coisa se repete e se essa repetição é maior ou menor. Por exemplo, se alguém perguntar com que freqüência você faz aniversário, a resposta será uma vez ao ano. Se a pergunta é com que freqüência você vai à escola, ou ao serviço, a resposta pode ser cinco vezes (dias) por semana.

Nós vimos que o som é produzido por vibrações e que para podermos trabalhar esse som, precisamos transformá-lo em eletricidade, que chamamos de sinal. Essas vibrações e as consequentes oscilações do sinal podem ser mais rápidas, ou mais lentas. Quanto mais rápidas, maior será a frequência e mais agudo o som. Quanto mais lentas, menor será a frequência, e mais grave o som.

Em áudio, e na eletrônica, medimos a frequência em quantidades de oscilações por segundo. A unidade da frequência é o Hertz (pronuncia-se rértiz), cujo símbolo é Hz. O múltiplo mais usado em áudio é o kilo (k). 1 kHz é igual a 1000Hz. O ouvido humano, tipicamente, escuta de 20Hz (sons mais graves) até 20KHz (sons mais agudos).

Para termos uma noção melhor de freqüência, vamos comparar as notas musicais com suas respectivas freqüências. Os instrumentos musicais são afinados com referência na nota lá (A) da oitava central, cuja frequência é de 440Hz. Temos a seguir uma tabela das frequências das notas na oitava central.

Para obtermos as notas uma oitava abaixo, dividimos sua frequência por dois. Para obtermos as notas uma oitava acima, multiplicamos por dois; duas oitavas por quatro; três oitavas por oito...

A figura1 seguinte, que será de grande valia para equalização, mostra a tessitura dos instrumentos e das vozes, bem como suas relações com as freqüências. A tessitura indica quais notas o instrumento, ou a voz, é capaz de emitir; ou em outras palavras, quais frequências cada instrumento, ou voz, produz.

¹ Referências:

    • Lições Elementares de Teoria Musical. Samuel Archanjo. Ed. Ricordi.

    • Dicionário de Acordes para Piano e Teclado - 2ª Ed. Luciano Alves. Ed. Irmãos Vitale.

    • O Mundo Maravilhoso da Música - Ed. Melhoramentos.

2.3. Decibel

É hora de explicar o tão famoso decibel, aquele “dB” que aparece escrito em todos os equipamentos de áudio. Primeiramente, esse nome foi dado em homenagem a Graham Bell, o inventor do telefone. O valor em decibel é resultado de uma relação matemática especial entre duas medidas, tomando um determinado valor em relação a um outro valor de referência.

Pode parecer complicado, e de fato é, porém há uma maneira um pouco mais fácil de entender. Pense no seu aparelho de som, na sua casa, talvez o volume dele vá de 0 a 10. O quanto você sente o som “bater” com o volume no 8 por exemplo? Agora, imagine-se num megashow, em um grande estádio. Vamos dizer que o volume do equipamento de som também esteja no 8... Com certeza você sentirá o som “bater” muito mais, certo? Será, como alguns dizem, “um tapa na orelha”. Parece óbvio, então, que uma escala de 0 a 10 não se presta para compararmos intensidades de som, certo!?

Da mesma forma, há uma série de outras medidas que também não podem ser comparadas em uma escala de 0 a 10.

Agora imagine que, ao invés de comparar o volume de 0 a 10, você compare justamente o quanto o som está “batendo”, sem se preocupar com a posição do volume? Assim, se o seu equipamento de som for um pouco mais potente, você talvez consiga a mesma sensação sonora de um equipamento de som para show. Parece que agora a medida vai dar certo. Mas ela ainda está muito subjetiva. Alguém que está acostumado com violão e voz pode achar o som de um show de música pop ensurdecedor, enquanto um metaleiro vai dizer que não está nem “fazendo cócegas”. A solução é adotar, e padronizar, uma referência comum para todos. Se adotarmos como referência o volume produzido naturalmente por um violão, veremos que no show de música pop o som estará alto, enquanto no show de heavy metal o som estará... bem, estará ensurdecedor, de fato.

Umas dessas referências, adotadas na prática, é o valor menos intenso que o ouvido humano é capaz de distinguir, o chamado limiar de audibilidade. Se medirmos o quanto o som está “batendo”, ou melhor, quanto de pressão sonora chega aos nossos ouvidos, uma relação matemática (logarítmica) entre esses valores nos fornece a intensidade do som em dB SPL, que é a abreviação de “Sound Pressure Level” — Nível de Pressão Sonora. É justamente esse o tipo de medida fornecida pelos decibelímetros, e que aparecem nas leis sobre poluição sonora existentes no país.

Existem dezenas de referências padronizadas para o cálculo dos decibéis. A referência adotada é indicada por uma letra após o dB: dBu, dBv, dBU, dBV, dBi, dBm, dB SPL... Os “dB” que aparecem nos equipamentos são, na maioria das vezes, dBu, que indica a intensidade dos sinais elétricos.